Foi
numa tarde de Julho.
Conversávamos a medo,
- Receios de trair
Um tristíssimo segredo.
Sim, duvidávamos ambos:
Ele não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguém.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava...
Mas, a dúvida perdeu-se;
Falou alto o coração!
- E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
- Cheios de amor e de vinho!
(Uma suplica soava:)
«Agora... morre comigo,
Meu amor, meu amor... devagarinho!...»
Conversávamos a medo,
- Receios de trair
Um tristíssimo segredo.
Sim, duvidávamos ambos:
Ele não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguém.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava...
Mas, a dúvida perdeu-se;
Falou alto o coração!
- E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
- Cheios de amor e de vinho!
(Uma suplica soava:)
«Agora... morre comigo,
Meu amor, meu amor... devagarinho!...»
António Botto
Portugal, Concavada 1897
Brasil, Rio de Janeiro 1959
in As canções
de António Botto
Editor: Editorial Presença
photo by Google
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