
nu,
frio coração desabitado.
E já nada são em ti as horas
as taciturnas horas que são a tua vida.
Nem sequer como cinza
oculta que trouxeram
os transparentes
silêncios de uma recordação.
Nada. Nem o crepúsculo te envolve,
nem a tarde te enche de viagens,
nem a noite comove a tua obstinada
nostalgia do amor, quando
uma tácita donzela surge na sombra.
Ó coração, céu desabitado dos sonhos.
Fernando Charry Lara
(Colombia 1920 - USA 2004)
in Um país que sonha "Cem anos de poesia colombiana"
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