![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5bpA5jpmDatI_HFYJ6k7k8pXOWsKIVQSybrdbqaaJA55Kcm901qpIoRveMPb0LXcmFrkXMYgjWVdpzaVy-kpbATEsy_OD8tDNjyopEVzesAbE72DwuTUXMr7zcaXREHwIKzl-mj45u1aY/s1600/IMG_171498444106978.jpeg)
A noite cai nos teus olhos
De um verde malicioso
E há qualquer fluido que vai
Vibrando silencioso...
Inda é cedo. Mais um pouco.
─ Não vês como as rosas
Se mostram nitidamente?!
Mais um pouco...
Deixa que a noite dissolva
Tudo na mesma aparência
Que tem a minha tristeza
Quando tu andas distante
Ou vens pra ficar ausente!...
E teimas? ─ Pois bem: adeus!
Parece que te macei...
Mas fica; o dia vem longe;
Sim, não sejas indeciso...
Esquece que te beijei.
António Botto
Portugal (Concavada, Abrantes) 1897
Brasil (Rio de Janeiro) 1959
in Canções e outros poemas
Editor: Edições
Quasi
photo by Google