Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

30 de setembro de 2011

Amor sádico: Emily Bronte



Já não te amava, sem que meu desejo
fugisse à sombra do teu amor distante.
Já não te amava, e contudo o beijo
de uma repulsa nos uniu num instante…
Acre prazer tornou-me seu possesso,
crispou-me a face, mudou meu semblante.
Já não te amava e turbei-me, não distante,
qual virgem num bosque espesso.
E já perdida para sempre, ao ver-te
amanhecer sob o eterno luto,
- mudo o amor, o coração inerte -,
atroz, esquivo, rigoroso, hisurto…
Jamais vivi como naquela morte,
jamais te amei como num tal minuto!







Emily Bronte
(England 1875-1910)
photo by Google

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