por meu marido que não quero nem desejo
E
dir-vos-ei porque estou apaixonada
Pois
sou pequena menina e moça
Sou graciosa…
E
devia ter um marido que me desse alegria
Com
quem sempre pudesse brincar e rir
Sou graciosa…
Que
Deus me salve se estou apaixonada por este
De
o amar não tenho nenhum desejo
Antes
me vem tal vergonha quando o vejo
Que
peço à Morte que o mate cedo.
Mas
a uma coisa estou bem decidida
Pois
me compensa o amor do meu amigo
Na
doce esperança a quem me entreguei
Choro
e suspiro quando não posso vê-lo
E
dir-vos-ei que estou decidida:
Pois
meu amigo me ama há tanto tempo
Desde
já lhe será meu amor concedido
E
a doce esperança que tanto amo e desejo.
Com
este som faço uma bela balada
E
peço a todos que seja longe cantada
E
que a cante toda a dama ensinada
Sobre
o amigo que eu tanto amo e desejo.
Sou graciosa e estou
em grande coita
por meu marido que
não quero nem desejo.
Anónimo
Provençal,
Séc. XIII
Trad.
Irene Freire Nunes
in
Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor:
Assirio & Alvim
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