De beijos um cestinho Amor enchia,
E, depostos os duros passadores,
Quais semeiam o trigo os lavradores
Num campo os semeou todos um dia.
Daí a pouco com prazer se via
A seara toda a ferver toda em Amores,
Que aos lentos rebentava, entre as flores,
De que o travesso deus folgava e ria.
Eu que bem por acaso até bem me achava,
Um deles colho, e sobre o peito o prendo,
Sem recear o mal que me aguardava:
Pois as tensas raízes estendendo,
Pouco a pouco no coração mas crava
De onde novos amores vão nascendo.
Pedro Correia Garção
Portugal » Lisboa 1724-1772
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