Bela minha
ninfa é, se os laços de ouro
ao tranquilo vento desordena;
bela, se de seus olhos aliena
o altivo desdém que sempre choro;
bela se com a
luz que, única, adoro
a tormenta do vento e mar serena;
bela, se ao amargor da minha pena
devolve as graças do celeste coro.
Bela se mansa,
bela se terrível,
bela se cruel, bela esquiva, e bela
se torna a luz do céu grave clarão.
Cuja beleza
humana e aprazível
nem se pode saber o que é sem vê-la,
nem, vista, se compreende o que é o chão.
Francisco de La Torre
Espanha (Madrid) 1534-1594
in” Antologia da Poesia Espanhola
Siglo de Oro – 1ºvol. Renascimento”
Tradução: José Bento
Editor: Assirio & Alvim
photo by Tutt’ Art
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