Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

11 de abril de 2015

Filipe Marinheiro: ouço de perto o marulhar do mar


























ouço de perto o marulhar do mar e todo o mar se escancara
dentro das minhas veias modulares

os meus olhos a tocarem no crepúsculo marítimo afundam-se
no seu sangue cheio de palavras velhas e novas
– tudo a mesma merda!

entretanto perco as feridas que as altas ondas de fogo queimaram
impassivelmente contaminando as noites voadoras

e as pedras de barro ampliam a ausência contaminante
do meu rosto derrubado pelas paisagens vazias e côncavas

depois com desejo colossal
trepo as tuas coxas com sabor a estrelas do mar

desperto a fera erótica existente entre pernas e sonho beijar-te
a húmida cona marítima e vens-te só de pensar nisso...



Filipe Marinheiro
Portugal » Coimbra 1982
in Noutros Rostos
Editor: Chiado Editora
photo by Google

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