Nem sinto a solidão.
Vida, mulher ou mãe,
.jpg)
Enche-me a paz que tem
A morte, a viuvez e a orfandade.
Negativo no amor,
E sua face ainda,
O já não ser amado
É uma pena suspensa
Que liga eternamente o condenado
Ao juiz da sentença.
Triste convívio, basta-me, contudo,
Todo de luto, mudo,
Cumpro os deveres humanos,
Limpo o suor da testa,
E atravesso os anos
Fiel ao desespero que me resta.
Miguel Torga
(Portugal 1907-1995)
in Poesia Completa
Sem comentários:
Enviar um comentário