
Aquela nunca vista formosura,
Aquela viva graça e
doce riso,
Humilde gravidade e
alto aviso,
Mais divina que
humana real brandura,
Aquela alma inocente
e sábia e pura
Que entre nós cá
fazia um paraíso,
Ante os olhos a trago
e lá a diviso
No céu triunfar da
morte e sepultura.
Pois por quem choro,
triste? Por quem chamo
Sobre esta pedra dura
a meus gemidos,
Que nem me pode ouvir
nem me responde?
Meus suspiros nos
céus sejam ouvidos;
E enquanto a clara
vista se me esconde,
Seu despojo, amarei,
amei e amo.
António Ferreira
(Portugal 1528-1569
“in Poemas de Amor
Antologia de Poesia Portuguesa
Org. Inês Pedrosa
Editor: Publicações D. Quixote
(Portugal 1528-1569
“in Poemas de Amor
Antologia de Poesia Portuguesa
Org. Inês Pedrosa
Editor: Publicações D. Quixote
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