Ó caos confuso, labirinto horrendo,
Onde não topo luz, nem fio amando,
Lugar de glória, onde estou penando,
Casa da morte, aonde estou vivendo!
Ó voz sem distinção, Babel tremendo,
Pesada fantasia, sono brando,
Onde o mesmo, que toco, estou sonhando,
Onde o próprio, que escuto, não entendo!
Sempre és certeza, nunca desengano,
E a ambas propensões, com igualdade
No bem te não penetro, nem no dano.
És ciúme martirio da vontade,
Verdadeiro tormento para engano,
E cega presunção para verdade.
Gregório de Matos
Brasil; Salvador 1636?-1696
in Cinco Séculos de Poesia
Antologia da Poesia Clássica Brasileira
Seleção: Frederico Barbosa
photo by google
Lugar de glória, onde estou penando,
Casa da morte, aonde estou vivendo!
Ó voz sem distinção, Babel tremendo,
Pesada fantasia, sono brando,
Onde o mesmo, que toco, estou sonhando,
Onde o próprio, que escuto, não entendo!
Sempre és certeza, nunca desengano,
E a ambas propensões, com igualdade
No bem te não penetro, nem no dano.
És ciúme martirio da vontade,
Verdadeiro tormento para engano,
E cega presunção para verdade.
Gregório de Matos
Brasil; Salvador 1636?-1696
in Cinco Séculos de Poesia
Antologia da Poesia Clássica Brasileira
Seleção: Frederico Barbosa
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