Ela:
Meu amado
como é doce banhar-me perante ti
deixar que a minha nudez se revele
por baixo da
túnica molhada
Mergulhar contigo
e voltar a emergir
com um bonito peixe vermelho
entre os dedos
Ele:
Quando ela me acode
com os braços abertos
um perfume delicioso e estranho
me envolve
como se tivesse chegado agora
da longínqua Punt
E quando a vejo
o fogo sobe-me à cabeça
e sinto-me bêbedo
sem ter bebido
Ela:
O teu amor penetra o meu corpo
como o vinho a água
quando a água e o vinho se misturam
Anónimo
Egipto Séc. XI a.C.
Trad. Jorge Sousa Braga
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
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