Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

22 de junho de 2014

Daniel Jonas: Tangente mão, prelúdio de um beijo


Tangente mão, prelúdio de um beijo,
Ancinho que perpassa branda terra,
Leveza que alivia dura guerra,
Pureza que me razas e eu desejo.

Tangendo se me tocas eu me envolvo
Como um bicho de conta que se anilha
E roda de brincar se faz, ervilha
Nas mãos de uma criança, adstrito polvo.

Ó nome que és na boca apertado,
Estreiteza que me cinge e me reduz,
Amálgama de bicho e sóror luz,

Ó silfo que és sentido e não pesado!
À letra tu me levas e te trazes
Ó deusa, e se és não deusa em mim te fazes.



Daniel Jonas
Portugal; Porto 1973
in Nó
Editor: Assirio & Alvim
photo by google

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