Porque
não é o que é,
Porque
nela recordamos
Qualquer
coisa, vida ou fé,
Que
nos ficou de um passado
Entre
esquecê-lo lembrado.
Teus
olhos azuis e baços,
Teu
frágil corpo inteiro,
Não
pedem talvez meus braços,
Mas
pedem-me o amor inteiro,
Sinto
que ter-te seria
Regressar
a um outro dia
Manobras
da sensação?
Que
sei de ti ou de mim?
Mas
dói-me o coração
Qualquer
coisa, a ti afim,
Que
conheci e perdi,
Que
vivi porque vivi.
Fernando
Pessoa in Poemas
(Portugal
1888-1935)
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