mais
do que um sonho: comoção!
sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
e
recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
mas
nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
David
Mourão-Ferreira
Portugal
(Lisboa) 1927-1996
in
Obra Poética
Editor:
Editorial Presença
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