Eu cantarei um dia da tristeza
por uns termos tão ternos e saudosos,
que deixem aos alegres invejosos
de chorarem o mal que lhes não pesa.
Abrandarei das penhas a dureza,
exalando suspiros tão queixosos,
que jamais os rochedos cavernosos
os repitam da mesma natureza.
Serras, penhascos, troncos, arvoredos,
ave, ponte, montanha, flor, corrente,
comigo hão-de chorar de amor enredos.
Mas ah! que adoro uma alma que não sente!
Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos
que eu derramo os meus ais inutilmente.
Marquesa de Alorna
Portugal 1750-1839
in Poemas de Amor
Antologia de Poesia Portuguesa
Org: Inês Pedrosa
Editor: Publicações D. Quixote
in Poemas de Amor
Antologia de Poesia Portuguesa
Org: Inês Pedrosa
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