Vai o carro a grande velocidade pela ponte,
Pegas na garrafa e roubas mais um gole
Provocas-me para que um clima role
Pois se sou homem que pare e que te monte.
No teu cigarro dás mais uma passa
E pões os pés em cima do tablier,
Já seminua só o casaco faz de negligé
E eu canto enquanto a minha mão te amassa.
À rasca viramos para um motel de estrada.
O tipo pergunta se é apenas uma dormida,
Tu dizes baixo que esperas ser comida:
Rimo-nos bêbados e subimos para a madrugada.
No quarto sacio por fim eu a minha sede,
O primeiro jacto voa com violência
Mas depois empurro-te com cadência
Até te vires devassada contra a suja parede.
À janela pensamos sair para ir trabalhar
Mas enfim, encosta-te a mim e deixa-me esses
lábios beijar…
João Pedro Duarte “in Eros, o rude”
Portugal
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