Vem, oh noite sombria; e revolvendo
O longo açoite, que à carreira acende
As fuscas Éguas, sobre a terra estende
De sombras carregado o manto horrendo:
Vem; e as brancas papoilas espremendo,
Em letárgico sono os mortais prende;
Que a minha bela Aglaia hoje me atende;
A meu amor mil glórias prometendo.
Se às minhas vozes dás benigno ouvido,
Encobrindo com teu escuro manto
Os suaves delírios de amor cego;
Imolar-te prometo agradecido
Um negro galo, que em contínuo canto
Se atreve a peturbar o teu sossego.
António Dinis da Cruz
Portugal 1731-1799
in Os dias do Amor
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário