Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
12 de janeiro de 2015
Alvarenga Peixoto: Jônia e Nise
Eu vi a linda Jônia e, namorado,
Fiz logo o voto eterno de querê-la;
Mas vi depois a Nise, e é tão bela,
Que merece igualmente o meu cuidado.
A qual escolherei, se, neste estado,
Eu não sei distinguir esta daquela?
Se Nise agora vir, morro por ela,
Se Jônia vir aqui, vivo abrasado.
Mas ah! que esta me despreza, amante,
Pois sabe que estou preso em outros braços,
E aquela me não quer, por inconstante.
Vem Cupido, solta-me destes laços:
Ou faze destes dois um só semblante,
Ou divide meu peito em dois pedaços!
Alvarenga Peixoto
Brasil (Rio Janeiro) 1742? 1744
Angola (Ambaca) 1792
in Cinco Séculos de Poesia, Antoloia de poetas brasileiros
Seleção: Frederico Barbosa
Editora: Landy Editora - Brasil
photo by google
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