
Quando a
valsa acabou, veio à janela,
Sentou-se.
O leque abriu. Sorria e arfava,
Eu,
viração da noite, a essa hora entrava
E
estaquei, vendo-a decotada e bela.
Eram os
ombros, era a espádua, aquela
Carne
rosada um mimo! A arder na lava
De
improvisa paixão, eu, que a beijava,
Hauri
sequiosa toda a essência dela!
Deixei-a,
porque a vi mais tarde, oh! ciúme!
Sair
velada da mantilha. A esteira
Sigo, até
que a perdi, de seu perfume.
E agora,
que se foi, lembrando-a ainda,
Sinto que
à luz do luar nas folhas, cheira
Este ar da
noite àquela espádua linda!
Alberto de
Oliveira
Brasil
(Rio de Janeiro) 1859-1937
“ in Cinco
Séculos de Poesia –
Antologia
da Poesia Clássica Brasileira “
Seleção:
Frederico Barbosa
Editor:
Landy Editora
Sem comentários:
Enviar um comentário