
Só e calado,
triste e pensativo,
fujo de todos com os olhos cheios
de lágrimas e dor,; sempre os enleios
de uns olhos evitando, por quem vivo.
Neles fica meu
espírito cativo
a sofrer sua paixão; e eles alheios
do seu primeiro amor, os belos seios
humedecem a chorar seu fado esquivo.
A luz eu
aguardei dessa beleza,
e na alma levo o golpe justiceiro,
e ali me segue, aonde vou, sua ira.
Um bem tiro a
meus olhos, e o primeiro,
por quem minha alma chora tal dureza,
é ver a dor que no seu rosto mira.
Francisco de Aldana
Espanha 1537-1577
in” Antologia da Poesia Espanhola
Siglo de Oro – 1ºvol. Renascimento”
Tradução: José Bento
Editor: Assirio & Alvim
photo by Tutt’ Art
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