Elíptico o reduto da
falta do teu sexo
vazas a pele na trave
do silêncio
geométrico o timbre
o vértice da falsa
sinuosidade
branco sobre tom
a cor povoa a tua forma
vertes uma só palavra
estudo o teu corpo
desabitado
sob o aquoso olhar
aquieto o gesto
não te toco
compreendo-te melhor na
incompletude
cicio a tua pele
fedes
mergulho em ti
e é tudo pele
engano-te
não durmo
memorizo-te
na distância
indisputável do teu dormir
o óleo escorre sobre a
mesa
chama-te coisas
toca a fértil origem
amanhece-nos o túrgido
nevoeiro
(a campainha do 2º E
está estragada
tocaste?
eu não te ouvi)
se partires diz
amei
se ficares diz
perdoei
o amor só sobrevive na
pureza
(inédito)
Cristina Maria da Costa
Portugal, 1973
in Os dias do amor
Editor: Ministério dos
livros
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