É a mulher um mar só tempestade,
uma
volúvel vela a todo o vento,
um
cometa de fácil movimento,
no
rosto sol, na alma lua em quantidade.
Fé de inimigo, sem qualquer lealdade,
breve
descanso e imoral tormento;
ligeira
mais que o próprio pensamento,
pra
suportar um peso, e crueldade.
É mais que víbora arrogante e fera;
pra
seu prazer, de cera derretida,
e
prò alheio mais dura do que a palma;
cobre
dentro, que fora ouro tempera,
e
é um doce veneno para a vida,
que
nos mata sangrando-nos a alma.
Juan
de Tassis, Conde de Villamediana
Espanha
1582-1622
Trad.
José Bento
in
Rosa do Mundo –
2001 poemas para o futuro
2001 poemas para o futuro
Editor:
Assirio & Alvim
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