
É ele, o pão e o esquecimento;
água da juventude; sobrepõe-se
a toda a divisão. Um deus antigo
abre as veias do meu sangue e flui
até cansar meu coração. O sumo
da serenidade ferve na minha boca;
sorvo o segredo com a língua, mas
mais me sorve ele a mim. Ramos
tranquilos vergam o mosto até aos
meus lábios. Ele rouba a morte dos
meus ossos. Fala com um melro
disseminado e todo o bosque
abre os seus frutos e os mananciais
manam lentos em mim.
Chorando porém.
água da juventude; sobrepõe-se
a toda a divisão. Um deus antigo
abre as veias do meu sangue e flui
até cansar meu coração. O sumo
da serenidade ferve na minha boca;
sorvo o segredo com a língua, mas
mais me sorve ele a mim. Ramos
tranquilos vergam o mosto até aos
meus lábios. Ele rouba a morte dos
meus ossos. Fala com um melro
disseminado e todo o bosque
abre os seus frutos e os mananciais
manam lentos em mim.
Chorando porém.
Antonio Gamoneda
Espanha (Oviedo) 1931
in Oração Fria, Antologia
Editor: Assirio & Alvim
photo by Google
Espanha (Oviedo) 1931
in Oração Fria, Antologia
Editor: Assirio & Alvim
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