
À luz trazemos este paciente limite
não está em nós guiá-lo
ficará o amor
na sua grande maioria desconhecido
ensurdece a terra esta verdade
Assim se entende a inércia do mundo
pântanos tores e os recentes desertos
Assim se compreende por exemplo
que guardadores zelosos por nós pagos
cerrem a entrada nos jardins
ao princípio da noite
mas Lídia pede o poeta
«vem sentar-te comigo
à beira-rio»
à beira, à beira de quê?
José Tolentino Mendonça
Portugal (Machico, Madeira) 1965
in A noite abre meus olhos “Poesia reunida”
Editor: Assírio & Alvim
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