assim inclinada
a nuca a descoberto
o corpo em movimento
a testa a tocar a almofada
que os cabelos afloram
tempo a tempo
vais pôr-me de borco
digo
ajoelhada
as pernas longas
firmadas no lençol
e não há nada, meu amor
já nada, que não façamos
como quem consome
(vais pôr-me de borco
depois inclinada
os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas)
Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
(Portugal)
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