Que me penetra bem, com este sol de inverno.
Passo contigo a tarde, sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, quem provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é o amor, será talvez começo.
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
Camilo Pessanha in Interrogação (excerto)
(Portugal 1867-1926)
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