Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

17 de fevereiro de 2012

Eu não sei se é o amor: Camilo Pessanha

... Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, com este sol de inverno.
Passo contigo a tarde, sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, quem provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é o amor, será talvez começo.
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Camilo Pessanha in Interrogação (excerto)
(Portugal 1867-1926)

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