ainda docemente
o tacto é pouco
e curvo sob os lábios
E se um anel no corpo é saliente
digamos ser de pedra
onde se abre
Opala enorme e morna
tão fremente
dália suposta
no calor da carne
lábios cedidos
de pétalas dormentes
Louca ametista
com odores de tarde
Avidamente amor
com desespero e calma
as mãos subindo pela cintura dada
aos dedos puros uma aridez de praia
que a curvam loucos até ao chão da sala
Ferozmente, amor
com torpidez e raiva
as ancas descendo como cabras
tão estreitas e duras desarmando
a tepidez das minhas que se abrem
E logo os ombros
descaem
e os cabelos
desfalecem as coxas que retomam
das tuas o pecado e o esquecê-lo
em cada movimento em que se domam
Suavemente, amor
agora velozmente
os rins suspensos
os pulsos
e as espáduas
o ventre erecto
enquanto vai crescendo
planta viva entre as minhas nádegas
Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
(Portugal)
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