da noite aos cabelos
do mar que se insinua
na flor
dos cabelos
Depois há a memória
os dedos
a palma quente
o pulso que se insinua
a fita que se desprende
A nudez o rio
o risco
o traço laçado sempre
o ritual dos ombros
e nos cabelos
a sede
os goivos brandos
da seda
dos cabelos
Tão pouco as mãos
desmancham
ou descuram
tomam e imobilizam
no jaspe
da moldura
Da maciez cantada
dos cabelos
permanece a cor
deles nascendo
o metal das horas
O novelo do tempo
um odor de fruto
que perdura
pérola de novo
ou ametista
pura
Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
(Portugal)
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