uma rosa
a língua lenta
e o suco da garganta
Gomo a gomo
do útero
a laranja
Pétala por pétala
tecida a sua franja
O fito o fato
tirado pela cabeça
Em baixo a boca
no fio do movimento
Acompanhar o pé
subindo até à anca
o fio do cuspo
da rosa o alimento
A arte a harpa
tangida
nos joelhos
de borco a porta
escondida no calor
do corpo a boca
colhida como rosa
na jarra acesa a rosa em seu odor
Do corpo a boca
no lago dos sentidos
guiando os dedos
em cima o seu labor
que os lábios bordam
na boca
os seus gemidos
A rosa a roca
a boca da flor
Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
(Portugal)
Sem comentários:
Enviar um comentário