Quando sobre céu, terra e vento, desce a paz,
E as aves e as feras o sono serena,
E a noite o carro de estrelas plo céu leva
E em seu leito o mar sem ondas jaz,
Velo, penso, ardo, choro, e quem sofrer me
faz,
Sempre à frente vejo na minha doce pena.
Minha alma em guerra vive, de dor e ira
plena,
E só pensando nela tenho alguma paz.
Só uma clara e viva nascente, assim,
Acalma a doce amargura, alimento meu.
Uma única mão me cura e apoquenta.
Pois este sofrimento não irá ter fim.
Mil vezes num dia, morro e renasço eu:
E a minha salvação tão longe se apresenta.
Francesco Petrarca
(Itália 1304-1374)
in Os dias do Amor
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