Ouço o que os outros
não ouvem,
os pés descalços
pisando veludo,
suspiros sob o selo de
uma carta
o tremor das cordas,
quando não vibram.
Ás vezes fugindo das
pessoas
vejo o que os outros
não vêem.
O amor vestido com o
riso,
que se oculta nas
pestanas, cobrindo os olhos.
Quando ainda tem flocos
de neve nos anéis dos cabelos,
vejo florescer a rosa
no roseiral.
Ouvi o amor partir,
quando uns lábios pela
primeira vez roçaram os meus.
Quem deterá a minha
esperança:
tão pouco o medo da
desilusão,
para que nos teus
joelhos não se ponha.
A mais formosa deve
estar louca.
Jaroslav Seifert
República Checa
1901-1986
in Qual é a tua ou a
minha língua?
Editor: Assirio &
Alvim
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