Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

4 de outubro de 2015

Khalil Gibran: Cala-te, meu coração






















cala-te, meu coração! o espaço é surdo.
cala-te, meu coração! carregado de soluços
o mais alto do céu não transportará
nem as tuas canções nem os teus cânticos.
cala-te, porque os espectros da noite
não sabem que fazer do murmúrio dos teus segredos
e diante dos teus sonhos passam,
sem um olhar, as trevas em procissão.
cala-te! o espaço está pesado com um odor de morte.
ele não beberá o teu alento
meu coração, cala-te até ao amanhecer,
porque àquele que a manhã espreita paciente
a manhã lhe dará o beijo da paixão.



Gibran Khalil Gibran
Líbano, Bsharri 1883 – EUA, Nova Yorque 1931
Trad. Adalberto Alves
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
photo by Google

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