A lua não brilhava, sacudidas
pelo vento as ramagens queixavam-se.
Chispas de luz vertiam as
estrelas
sobre as trémulas águas.
Sob seu incerto esplendor eu
via
rolar por suas faces uma lágrima
e, toda trémula, entre suas mãos hirtas
minhas mãos apertava.
Mas de repente de seus olhos
negros
o vivo raio penetrou minha alma,
e, retirando sua mão das minhas,
seu olhar afastava.
A altiva fronte levantou
serena;
sorriso amargo em seus lábios vagueava…
e, pálidos nós dois e silenciosos,
deixámos a ramada.
Angel María Dacarrete
Espanha, Cadiz 1827-1904
Trad. José Bento
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
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