A sua beleza é comparável à da deusa lunar
O busto é delgado como o tronco do damasqueiro
A pele tem a brancura vertiginosa da neve,
O rosto é tão redondo como a lua,
Os lábios entreabriam-se perfumados como uma flor de manhã,
As suas palavras eram tão raras como o jade e as pedras preciosas,
As nuvens perdiam a beleza ao lado da negrura da sua cabeleira,
A neve perdia o seu esplendor ao lado da brancura ideal da sua pele,
Os seus olhares ondulavam como vagas de Outono,
As sobrancelhas lembravam os bosques na Primavera.
As flores tinham ciúmes ao verem-se menos deslumbrantes do que ela,
A sua beleza era única e não havia nada que se comparasse ao seu talento;
Vivia refugiada em persianas e tapeçarias bordadas
Enquanto as borboletas e as abelhas rodopiavam e esvoaçavam à sua volta...
Nguyen-Du
Indochina, 1765-1820
Trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
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