Sob o duplo incêndio
da lua e do néon,
sobre um parapeito
de mármore, entre duas cortinas
jogadas pela brisa marinha
que ao mesmo tempo às suas
coxas e costas dispensava
um hálito incontínuo,
inundando de rubro o estrito
perímetro de seu jarro e cerâmica
e contrastando imemorial com a
transitoriedade de tudo ali
hotel, amor, dia, noite, carros,
uma flor alheia a símbolos
atingiu o seu ponto máximo
de beleza.
Carlito Azevedo
Brasil, 1961
in Antologia da poesia erótica brasileira
Editor: Tinta da China
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