A coisa pode encostar
Por fora, não tenho susto;
E, se quer prazer mais justo,
Pode os peitinhos chupar.
Em tudo deixo pegar,
Mas só faça o que eu disser,
Pois se minha mãe souber
Que você... Ai! Que dor!
Ai!... dentro não meu amor!...
Por fora, quanto quiser!
- Já vai você, minha vida,
Sua coisinha metendo...
A pomba me está doendo...
Eu já me sinto ferida;
não me queira perdida...
Vá pedir-me pra casar.
Meu Deus!... E ele a teimar...
Olhe que eu me vou embora...
Se quiser venha-se fora,
Dentro não, que hei de gritar!
Laurindo Rabelo
Brasil, Rio de Janeiro, 1826-1864
in Antologia da poesia erótica brasileira
Editor: Tinta da China
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