MOTE
Pode apalpar, pode ver,
Das coxinhas pode usar,
Por fora quando quiser,
Dentro não, que hei de gritar!
GLOSA
- Meu benzinho, que desgosto
Me está causando você;
Sua boquinha me dê,
Para mim volte seu rosto.
- Eu consinto no seu gosto,
Porém não há de meter,
E se deseja saber
Se ainda tenho cabaço,
Com todo o desembaraço
Pode apalpar, pode ver.
- Aqui está! Meta o dedinho
Na cavidade do centro;
Não me carregue pra dentro
Que me magoa o coninho;
Não esteja tão tristezinho
Por eu não me franquear;
Você me quer desonrar!
Olhe, eu lhe faço um partido,
Se é pra ser meu marido,
Das coxinhas pode usar.
Laurindo Rabelo
Brasil, Rio de Janeiro, 1826-1864
in Antologia da poesia erótica brasileira
Editor: Tinta da China
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