Ah, tua chegada ao meu corpo - os dedos
são remos aéreos em bordo cego.
Roçam-me o ventre num brindar de aedo
e breve me vencem os teus chamegos.
De que me vale dizer ao desejo:
não!? Se a própria mão escreve que sim
e na pele recebo o teu cortejo
igual a uma cortesã carmesim.
Tuas unhas. Louca. Quero ser loba.
Inteiro bardo no centro das curvas
ocupa-me a lua no vão das pernas.
Quero-te em mim erguido em asas:
voooooooooa!
E que ao venceres a distância pouca
quero ser loba. Tuas unhas. Loba.
Fernando Paixão
Brasil, 1955
in Antologia da Poesia Erótica Brasileira
Editor: Tinta da China
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário