Mas tu és mais suave e muito mais formosa;
Em Maio a ventania sacode os botões de rosa
E o estio tem apenas uma curta duração;
O fogo celeste queima-nos com o seu ardor,
Ou o seu brilho dourado perde o seu fulgor;
E todas as Formosas um dia perdem a beleza
Por acaso, ou pelas mudanças da natureza.
Mas o teu eterno Verão não se desvanecerá
Nem a beleza de que és devedora ele perderá;
Nem a morte de ti na sombra se há-de gabar,
Quando nos desígnios eternos a tua vez chegar.
Enquanto os homens viverem, enquanto os olhos virem,
Isto não tem fim e é isto que te dá a vida.
William Shakespeare
(England 1524-1616)
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