Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

12 de dezembro de 2011

William Shakespeare: Ao seu amor

Poderei comparar-te a um dia de Verão?
Mas tu és mais suave e muito mais formosa;
Em Maio a ventania sacode os botões de rosa
E o estio tem apenas uma curta duração;
O fogo celeste queima-nos com o seu ardor,
Ou o seu brilho dourado perde o seu fulgor;
E todas as Formosas um dia perdem a beleza
Por acaso, ou pelas mudanças da natureza.
Mas o teu eterno Verão não se desvanecerá
Nem a beleza de que és devedora ele perderá;
Nem a morte de ti na sombra se há-de gabar,
Quando nos desígnios eternos a tua vez chegar.
Enquanto os homens viverem, enquanto os olhos virem,
Isto não tem fim e é isto que te dá a vida.

William Shakespeare
(England 1524-1616)

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