Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

21 de dezembro de 2011

Sonetos Portugueses III: Elizabeth Barrett Browning


Parte:  não te separas! Que jamais

Sairei de tua sombra. Por distante  
Que te vás, em meu peito, a cada instante 
Juntos dois corações batem iguais. 

Não ficarei mais só. Nem nunca mais 
Dona de mim, a mão, quando a levante
Deixará de sentir o toque amante
Da tua, — ao que fugi. Parte: não sais!

Como o vinho, que às uvas donde flui 
Deve saber, é quanto faço e quanto 
Sonho, que assim também todo te inclui 

A ti, amor! minha outra vida, pois 
Quando oro a Deus, teu nome ele ouve e o pranto 
Em meus olhos são lágrimas de dois.

Elizabeth Barrett Browning 
(England 1806 - Italy 1861)
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