Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

27 de dezembro de 2011

William Blake: Há um sorriso que é de amor


Há um sorriso que é de amor
E há um sorriso de maldade,
E há umsorriso de sorrisos
Onde os dois sorrisos têm parte.

E há uma careta de ódio
E há uma careta de desdém
E há uma careta de caretas
Que te esforças em vão pra esquecê-la bem

Pois ela fere o coração no cerne
E finca fundo na espinha dorsal
E não um sorriso que nunca tenha sido sorrido
Mas só um Sorriso solitário

Que entre o berço e o túmulo
Somente uma vez se sorri assim
Mas quando é sorrido uma vez
Todas a tristeza tem seu fim


William Blake
(England 1757-1827)

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