Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

14 de dezembro de 2011

Luís G. Urbina: Intermédio Romântico


É diáfano o crepúsculo. Parece
 de brilhante cristal, e abre no céu
 uma ágata de luz e é como um véu
 em que o ar azul da tarde desfalece.
Em âmbares cloróticos decresce
 o pôr-do-sol; a as nuvens, longe, ao léu,
 são flores de um fantástico vergel,
 quando uma estrela, pálida, aparece.
As aves lentamente se recolhem;
 a sombra avança, e entre purpuras, erma
 a noite - as mãos da noite estrelas colhem...
Deixo que meu espirito adormeça
 e penso em teu olhar que canta a emberça,
 teus olhos tristes de esmeralda enferma.
Luís G. Urbina
(México 1864-1934)




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