o meu amado apagou o candeeiro
e apagou a sua amargura no meu corpo
e despertou a sua tristeza,
derramou seus olhos no meu sonho
e me despertou.
estendeu a sua asa destroçada à minha volta
e abraçou-me.
murmurou sua voz melodiosa ao meu ouvido,
embalando-me
sobre a ramaria das suas lágrimas misturadas,
e quando conseguiu de mim o que desejava
soltou-me
e, a meu lado, adormeceu, enquanto a tarde
seu manto recolhia
para que, de manhã, nascesse outra amargura
e nascesse
um desejo na noite que impelisse o peito do
meu amado
a apagá-lo sobre o meu corpo.
SALAH
‘ABD AL-SABUR
Egipto 1931-1981
in “Rosa do Mundo”
Ed. Assirio & Alvim
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