em torno
dos joelhos
O ambar dos teus dedos
nos sentidos
O reflexo do espelho
onde o meu corpo
espia devagar os teus gemidos
È gomo depois
e em seguida a polpa
O penetrar do dedo
o punho do punhal
A enterrares no corpo
docemente
como quem adormenta
aquilo que é fatal
É a urze debaixo
onde o lodo acalenta
O arrepio a deslizar
pelo umbigo
sede secreta da boca mais sedenta
Bordada a cuspo
na pele do umbigo
E se desdigo a febre
dos teus olhos
logo me entrego à febre
do teu ventre
Que vai cedendo
as rosas os escombros
e os escolhos
Grinaldas de prazer
em torno dos joelhos
a entreabri-los então suavemente
Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo
(Portugal)
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