Ai,
como eu te quero toda de violetas
E
flébil de cetim...
Que
os sombreassem jóias pretas...
E tão
febril e delicada
Que
não pudesses dar um passo -
Sonhando
estrelas transformada
Com
estampas de cor no regaço...
Queria-te
nua e friorenta,
Aconchegando-te
em zibelinas -
Sonolenta,
Ruiva
de éteres e morfinas...
Ah!
que as tuas nostalgias fossem guizos de prata -
Teus
frenesis lantejoulas
E os
ócios em que estiolas,
Mar
que desbarata...
Teus
beijos, queria-os de tule,
Transparecendo
carmim -
Os
teus espasmos de seda...
Água
fria e clara nua noite azul,
Água,
devia ser o teu amor por mim.
Mário
Sá-Carneiro
"Portugal
1890-1916"
in 366
poemas que falam de amor
Org:
Vasco Graça Moura
Editor:
Quetzal Editores
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3 comentários:
liindo
gostei do poema
Obrigado pelo teu bom gosto.
cantodaalma
Oadministrador
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