Se soubesses que esse
soluço enorme que estreitas
em teus braços, que essa
lágrima que secas
beijando-a,
vêm de ti, são tu,
dor de ti feita lágrimas
minhas, meus soluços!
Então
já não perguntarias
ao passado e aos céus,
o que tenho, porque sofro.
E toda silenciosa
com o vasto silêncio
da luz e do saber,
beijar-me-ias mais,
e desoladamente.
Com a desolação
do que não tem ao lado
outro ser, uma dor
alheia; do que está
sozinho com sua mágoa.
Querendo consolar
uma outra quimérica
a enorme dor que é sua.
Pedro Salinas in Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea
(Espanha 1891-USA 1951)
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
10 de março de 2012
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