Nessas manhãs alegres, perfumadas
De éter sadio e claro firmamento
acariciando o mesmo pensamento
Percorremos o parque, de mãos dadas.
Aves trinando em cima das ramadas,
Alvos patos e um cisne a nado lento
Sobre as águas do lago, num momento
Pela brasa do sol ensanguentadas...
Brilha o sereno trêmolo nas pontas
Do vistoso gramal, como se fosse
Solto rosário de opalinas contas...
Enquanto uns casos rústicos de aldeia
Eu vou narrando-lhe, em linguagem doce,
Escuto a queixa de seus pés na areia!
Bernardino Lopes
(Brasil 1859-1916)
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