Eu não entro em ti para que tu te perdas
sob a força de meu amor;
eu não entro em ti para perder-me
em tua existência nem na minha;
eu te amo e entro em teu coração
para viver com tua natureza,
para que tu vivas com minha vida.
Nem tu nem eu. Nem tu nem eu.
Nem teus cabelos dispersos ainda que os ame
tanto.
Somente esta escura companhia.
Agora
sinto a liberdade.
Dispersa
teus cabelos.
Dispersa teus cabelos.
Antonio
Gamoneda
Espanha 1931
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