Não ter morada
habitar
como um beijo
entre os lábios
fingir-se ausente
e suspirar
( o meu corpo
não se reconhece na espera)
percorrer com um só gesto
o teu corpo
e beber toda a ternura
para refazer
o rosto em que desapareces
o abraço em que desobedeces.
Mia Couto
Moçambique n. 1955
in Raiz de Orvalho e Outros Poemas
Editor: Editorial Caminho
photo by Tutt´Art
Sem comentários:
Enviar um comentário